Walking Football nasceu em Inglaterra, em 2011, e chegou a Portugal pelo Algarve há cerca de 4 anos. Este “futebol a passo”, que mantém o nome original inglês, é um desporto para quem quer manter-se ativo e divertir-se a jogar, mesmo quando o corpo já não permite grandes aventuras. O objetivo desta atividade é mais que físico, pretendendo ainda a integração e o convívio de grupo em prol de um envelhecimento mais ativo. 

No ano letivo de 2017/18, este futebol lento inspirou uma parceria entre a RUTIS (Rede de Universidade Seniores) e a Fundação Benfica, que lançaram o desafio aos estudantes para aderirem a esta atividade. “Isto tem uma série de mais valias: a prática desportiva, a competitividade saudável, dentro das universidades cria o espírito de equipa, e como as equipas são mistas temos senhoras que nunca tinham jogado à bola e senhores que não jogavam há muito tempo. Uns voltam a fazer o que gostavam e outros experimentam coisas novas”, explica Luís Jacó, presidente da RUTIS. 

No entanto, mesmo para os que já jogaram antes, têm de se adaptar a novas regras. A número 1 é previsível: é proibido correr. Um dos pés tem de estar sempre a tocar o solo. Depois, há normalmente um número limite de toques que cada jogador pode dar antes de passar a bola. E esta também não pode ser jogada acima de certa altura, para alguns acima da zona da cintura, para outros da cabeça (cuja altura foi definida como, no máximo, 1,83m). Também tenta evitar-se o contacto físico.  As regras variam consoante a região onde o desporto é praticado, e por essa razão a federação inglesa decidiu formalizar um livro de regulamentos de Walking Football. As regras incluem princípios como a definição de «andar» e a penalização para quem correr, que é a atribuição de um pontapé livre ao adversário. De resto há jogo, entusiasmo e golos. 

Não tardou a que essa característica atraísse os alunos. No primeiro ano desta parceria da Fundação Benfica com a RUTIS, inscreveram-se 9 universidades, que competiram entre si em torneios regionais e no torneio nacional, realizado no Estádio da Luz. Neste novo ano letivo, mais universidades aderiram ao projeto.  

A Universidade Sénior Criar Afectos de Rio de Mouro foi uma das que aderiu logo de início, por iniciativa do presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, Bruno Parreira. A equipa tem 25 atletas ativos, homens e mulheres. Esta equipa reflete a tendência portuguesa que contraria a europeia no que toca ao género: há quase tantas mulheres como homens.

E no que toca a idades, essas variam dos 50 aos 80 e poucos. No que toca a esta equipa de Rio de Mouro, o elemento mais novo tem cerca de 60 anos e o mais velho está na casa dos 70. Já o treinador atual, André Pinto, tem 24 anos.  A equipa treina duas vezes por semana, ao ar livre, no campo de um clube da freguesia de Rio de Mouro (proporcionando também uma dinâmica entre instituições). 

Devido ao sucesso que esta atividade teve dentro da Universidade, foi inclusive formada uma claque com outros alunos, que apoia a equipa nas suas saídas (torneios). Atualmente a claque conta com 23 elementos e ensaia de 15 em 15 dias.