É sempre uma dor de cabeça quando pensamos no tipo de sapatos certo para cada ocasião e, mais ainda, na sua designação correta, quase sempre com nomes estrangeiros e algo estranhos.

 

 

São inúmeras as designações e termos técnicos que podemos encontrar em sites, lojas e na maioria das revistas. Então, o que são e como podemos escolher entre Brogues, Stilettos, Scarpins, Oxfords, Loafers, Mary Janes, etc?!

Parece mais complicado do que na verdade é. Vamos, então, desmistificar conceitos e falar um pouco sobre os principais tipos de sapatos que existem no mercado para homem e mulher.

Começando pelos sapatos masculinos, existem vários modelos, dos mais clássicos aos mais descontraídos. Comecemos pelo mais formal.

  • Oxford – é o mais clássico, elegante e sofisticado dos modelos. Distingue-se dos demais por ser constituído por única peça de couro (sem abas costuradas), pelo seu salto baixo e por deixar o tornozelo exposto. Pode ser feito em vários materiais, da camurça à pele, passando pelo verniz. No entanto, dado o seu nível de formalidade, os modelos em pele ou verniz pretos são as melhores apostas para este tipo de sapato. Perfeitos para os contextos mais formais (profissionais e sociais), para usar com fato ou smoking.
  • Derby – surgiu no século XIX e é, tal como um Oxford, um sapato de atacadores. Deriva deste, mas a principal diferença são as abas laterais costuradas sobre o corpo do sapato, onde estão os atacadores. Estas abas conferem-lhe altura, o que lhe permite adaptar-se a todas as alturas do peito do pé. Por ser um sapato mais robusto, não é tão formal como o Oxford, muito embora, nas suas versões mais clássicas, se adapte perfeitamente a contextos formais, nomeadamente de âmbito profissional. Por isso mesmo, tanto funciona com fato, como também com jeans ou calças de sarja e blazer/casaco.
  • Monk Strap – Tem a sua origem no século XV e no tipo de calçado usado pelos monges à data, daí a sua designação. É um sapato formal, onde os atacadores são substituídos por uma ou duas fivelas (tendência esta estação). Dependendo do seu material, pode adotar um registo mais ou menos formal, tal como os anteriores. Os modelos em pele são perfeitos para usar com fato ou com calça e blazer. Já os modelos em camurça, mais descontraídos, podem ser usados em contextos informais, com jeans e calças de sarja (podendo ser usados sem meias)
  • Brogue – Concebido por escoceses e irlandeses, como uma derivação do Oxford para usar no campo, por trabalhadores rurais e caçadores. Deve o seu nome ao perfurado que o carateriza. Na altura, os furos tinham uma função prática, que era escoar a água dos sapatos. Hoje são meramente decorativos. É um modelo menos formal do que os anteriores, mas nas suas versões em pele pode perfeitamente ser usado com fato, nomeadamente em contexto profissional. Nas suas versões mais desportivas, em camurça, é ideal para ser usado no dia-a-dia, com qualquer look, do mais simples ao mais elaborado e moderno, de manhã à noite.
  •  Loafer – É a versão moderna e sofisticada do mocassim, que teve o seu auge na década de 1950, ao ser adotada pela maioria dos universitários nos EUA. É um sapato de pala casual, sem atacadores ou fivela. Pode ser mais ou menos sofisticado, consoante o modelo e o material em que for fabricado. Perfeito para contexto casual (com ou sem meias), embora as versões em pele, veludo ou verniz possam ser usadas em contextos formais (profissionais e sociais), coordenadas com fato, muito embora, este seja um tipo de calçado informal por definição.

Já em relação aos sapatos femininos, o leque consegue ser ainda mais vasto! Vamos falar dos termos mais usuais e que suscitam sempre mais dúvidas e confusão.

  • Stiletto e Scarpin – São os sapatos fechados mais elegantes por definição. O modelo destes sapatos é idêntico, salto fino e biqueira fina em bico, o que muda é a altura do salto. O stiletto tem saltos mais altos (normalmente 10 cm ou mais), enquanto que o Scarpin tem salto médio (5 a 7 cm, podendo ter menos, entre 3 e 5cm, na versão kitten heels). Ambos podem ser usados no dia-a-dia, em contextos mais casuais (coordenados, por exemplo com jeans) ou formais, dependendo do material e do estilo do sapato. Ainda assim, pela altura do salto, o Scarpin é mais aconselhado para ambientes profissionais do que o Stiletto, mais indicado para contextos sociais e de festa. Podem ser coordenados com calças, saias e vestidos, nos mais variados contextos.
  • Pump – Termo que caracteriza a maioria dos sapatos fechados de salto alto. Podem ter salto mais fino ou mais grosso e biqueira mais afunilada ou oval. São menos formais que os stilettos, mas igualmente elegantes e sofisticados, dependendo do modelo e material utilizado. Modelos de salto mais baixo são perfeitos para contextos profissionais. Já os modelos mais elaborados e de salto mais alto, funcionam muito bem em contextos sociais, tanto formais como informais. Tal como os anteriores, coordenam com todo o tipo de peças, dependendo do contexto.
  • Slingback – São sapatos de salto médio-baixo (fino ou grosso), com biqueira em V e tira a prender no calcanhar (que fica exposto). Podem ser mais ou menos formais, mas sempre menos formais que Scarpins e Stilettos. Adaptam-se à maioria dos looks do dia-a-dia e são uma das tendências da próxima estação. Funcionam com calças mais curtas (pelo tornozelo), com saias e vestidos.
  • Mary Jane – São sapatos fechados, de salto médio (mais grosso) e biqueira arredondada. O que os distingue dos restantes é a fivela sobre o peito do pé (que pode apertar até tornozelo). São sapatos elegantes e de ar retro, que tanto podem ser usados em contextos informais (com jeans e peças de estilo informal), como em contextos profissionais (com tailleurs e fatos) ou sociais (com saias e vestidos de cocktail).