Luís Alberto começou a representar, por acaso, a convite de Varela Silva e depressa estava a subir ao palco do Teatro Nacional. Era já ator quando foi para o Conservatório Nacional, convicto de que era necessário estudar a profissão que queria exercer o resto da vida. Além de teatro, fez cinema e entrou em vários projetos televisivos. Aos 85 anos continua a dar vida aos personagens que lhe vão aparecendo e enquanto puder, não pensa reformar-se!

 

Nasceu em Campo de Ourique, mas foi na Madragoa que cresceu.  O pai de Luís tinha uma mercearia no bairro e a mãe do ator era doméstica. 

Luís Alberto recorda-se que já em pequeno que fazia vários teatros em casa, pequenas representações e imitações em frente ao espelho e desde cedo percebeu que tinha um gosto especial pelo ‘faz de conta’.  Os pais queriam que fosse “doutor ou advogado” e não reagiram bem quando disse que queria ser ator! 

Era já adulto quando a representação apareceu na sua vida, ajudava na organização da biblioteca da Sociedade Guilherme Cossoul, quando Varela Silva o convidou a fazer teatro. Achou que ele estava a brincar mas depois pensou que se o Varela achava que tinha jeito “porque não tentar?”. Da estreia como ator lembra-se que foi num dia em que a sala estava cheia. Uns dias depois, estava a entrar na Sociedade e um colega diz-lhe que tinha recebido um telefonema de Amélia Rey Colaço. Como estavam sempre a dizer piadas e a pregar partidas, achou que fosse brincadeira. Não ligou. Na verdade, era mesmo a atriz Amélia Rey Colaço que tinha visto Luís em palco e queria convidá-la a ir para o Teatro Nacional. 

 Estávamos no início dos anos 60 e, pela mão de Amélia Rey Colaço, sobe ao palco do Nacional. 

 Mais tarde frequentou o Conservatório, convicto que era necessário estudar para continuar na profissão pela qual se apaixonou. Por esta altura, participou em dois projetos: teatro experimental do porto (TEP) e Teatro Moderno de Lisboa. Integrou o elenco de várias companhias: Teatro Estúdio de Lisboa, Os Bonecreiros, Companhia de Teatro de Almada, Grupo 4, Teatro da Malaposta, Novo Grupo.  

Trabalhou em inúmeros espetáculos das companhias de Raul Solnado e Vasco Morgado.  

Em 1975 foi, com Fernando Gusmão e Augusto Sobral, um dos fundadores do Teatro da Proposta.  

A televisão surge em 65 quando Luís Alberto aparece, no pequeno ecrã, em ‘Os Apaixonados’, e desde então integrou o elenco de vários projetos da ficção nacional, tanto em séries como em novelas, nos 3 canais nacionais. 

No cinema participou em inúmeros filmes com destaque para “Fuga”, realização de Luís Filipe Rocha, e “Ruinas do Interior”, com realização de Sá Caetano.  

Em 2003, Luís Alberto ganhou o Globo de Ouro da SIC, na categoria de melhor ator de teatro, pela peça ‘Copenhaga’, uma encenação de João Lourenço.