Cuidar do nosso organismo, não é só saber que alimentos se deve comer. É também saber como os conservar, como os comer ou, até mesmo, cozinhar da melhor forma. Sabe o Que Anda a Comer? é o primeiro livro sobre a temática de segurança alimentar em Portugal, que traz para a linguagem comum os termos “chatos” e complexos. Para nos falar deste tema, convidámos a autora e engenheira alimentar, Susete Estrela.

Ter uma alimentação cuidada, é muito mais que uma dieta.

Proteger o organismo não é só saber que alimentos se deve comer, mas como os comer, conservar ou até mesmo cozinhar da melhor forma. É importante perceber o que andamos a fazer de errado e o que pode prejudicar a nossa saúde.

No livro “Sabe o que Anda a Comer?”, a autora afirma que «a segurança alimentar vai muito para além de saber lavar as mãos». Susete, com experiência em diferentes indústrias alimentares, alerta para onde começa a responsabilidade do Governo e onde termina a da indústria alimentar no que toca aos bens alimentares que adquirimos.

Susete alerta para alguns erros comuns que cometemos diariamente a cozinhar ou no armazenamento dos alimentos, que podem trazer consequências negativas para a nossa saúde.

Um livro acessível, prático e informado que traz para a linguagem comum os termos e conhecimentos técnicos apenas trocados entre profissionais da área, para que o consumidor comum coma, prepare e adquira bens alimentares em total segurança.

Susete começa o livro por nos explicar como funciona o sistema global de segurança alimentar, falando desde as entidades de segurança alimentar, aos laboratórios, à agricultura, até à indústria alimentar, embalagens, etc. Trocando por miúdos os termos complexos e desconhecidos dos consumidores, a autora fala-nos dos vários tipos de microrganismos, bons e maus, e dos vários tipos de contaminação, e como as evitar. O livro alerta para várias práticas em casa, o que podemos fazer para evitar contaminações dos alimentos, e também fora de casa, como em restaurantes, supermercados e até nas nossas marmitas. Apresenta conselhos para grávidas, de forma a protegerem o seu bebé e as próprias.

Qualquer alimento começa a decompor-se assim que é retirado do seu ambiente, e esta decomposição está intimamente ligada às temperaturas a que os alimentos estão expostos.

Os descuidos com a conservação e forma como cozinhamos os alimentos levam a micróbios tóxicos para a saúde e são as causas mais frequentes das intoxicações alimentares. Seguem-se alguns exemplos das temáticas abordadas no livro.

  • Cozinhar os alimentos com muita antecedência é uma das principais razões das intoxicações alimentares. Muitas vezes, os alimentos começam a ser preparados horas antes de serem servidos e são deixados à temperatura ambiente, que é muito superior a 5º C.
  • Outro dos erros cometidos é guardar a comida fora do frigorífico. Os alimentos têm apenas três formas de serem conservados: muito quentes, muito frios, ou congelados. O que for comprado em mercearia, como frutas e legumes, deve ser guardado em local fresco e seco.
  • Não se deve demorar mais que duas horas a arrefecer os alimentos depois de cozedura, diz Susete. Caso necessário, pode-se utilizar um banho-maria gelado com cubos de gelo. Antes de cozinhar, quanto mais rápido um alimento for do frigorífico para o fogão, melhor.
  • Reaquecer a comida é algo que se deve evitar o mais possível, e uma porção de comida só deve ser aquecida uma única vez.
  • Servir comida que não está cozinhada, como carnes em sangue ou mal passadas, são um grande perigo. Alimentos como ostras, sushi e outros são consumidos com a consciência do perigo que podem provocar, daí ser crucial a higiene na sua preparação.