Por que te candidataste à Academia RTP?
Consolidar e desenvolver qualidades no que toca à escrita (seja ficção ou documental) e melhorar capacidades no que diz respeito ao desenvolvimento de conteúdos.
Quais são os teus objectivos para a Academia RTP 4.0?
Desenvolver as minhas capacidades de trabalhar num projeto em grupo, principalmente a nível de escrita mas também em tudo o que lhe está envolvido, desde a produção até à conceção física – digamos assim – do produto.
Que expectativas tens para a Academia RTP 4.0?
Aprender novas técnicas e novas maneiras de conceber e ter ideias, de estruturar histórias e desenhar personagens; uma aprendizagem vasta e larga vale sempre mais que uma rotineira.
Qual a tua área preferencial?
Escrita Criativa
Numa era digital, cada vez mais interactiva, a criação de novos conteúdos passa por onde? 
A criação de conteúdos passa sempre por aquilo que motiva os seus criadores – e isso tem a ver com muita coisa, desde as suas experiências de vida até às suas influências em tudo e mais alguma coisa -, e isso, na era digital, tem de ser adaptável às novas linguagens que vão aparecendo. Por exemplo, não é surpresa que a televisão já não tem a força que tinha há alguns anos e que vários conteúdos online lhes estejam a ultrapassar, em termos não só de audiências mas principalmente de inovação. Por isso, vivendo num mundo cada vez mais digital, é imperativo que também os novos conteúdos passem por aí e estejam cada vez mais ligados a essa evolução tecnológica e abraçá-la, em vez de a combaterem a todo o custo.
Quais são as tuas referências literárias, cinematográficas e dramatúrgicas? (livros, autores, filmes, etc., que foram marcantes para ti)
Em termos de escrita de argumento sou fã incondicional do surrealismo cómico-dramático do Charlie Kaufman, das estruturas narrativas e divagação de plot-lines do Larry David, dos diálogos mordazes do Aaron Sorkin e do humor negro dos irmãos Coen. Os estilos visuais que mais me agradam variam desde o terror mais saturado do Dario Argento até ao estilo indie do Michel Gondry, e do cinema metódico do David Fincher à explosão cool do Tarantino.
Que livro (s) estás a ler neste momento? Que série (s) andas a ver? Que filmes ou peças de teatro tens muita vontade de ver brevemente?
Espero ansiosamente pelas novas temporadas de Fargo e BoJack Horseman, que são para mim as séries mais entusiasmantes dos nossos tempos – qualquer uma delas devia ser estudada a nível de argumento, desde as construções dos diálogos até à própria estrutura da série e como tudo joga com coisas profundamente humanas. Filmes, espero pelos novos do Edgar Wright, porque adoro a maneira como consegue aliar um tom cómico a uma montagem cuidada e a acção desenfreada, do Paul Thomas Anderson, porque é um dos mais importantes realizadores modernos, do remake do Blade Runner realizado pelo Dennis Villeneuve, porque é alguém que já deu provas que sabe o que está a fazer, e pelo próximo projecto do Damien Chazelle, claro, por ser provavelmente o maior realizador em ascensão de hoje em dia. Em termos de livros, vou começar a ler o Catch-22, do Joseph Heller, porque me parece que aquele tipo de humor surreal e exagerado, aliado a coisas burocráticas ainda por cima, é a minha cara.
Se fosses uma palavra, qual serias?
Bidé
O que é para ti a criatividade? (vá, não nos dês uma seca! Sê criativo)
A criatividade é algo inerente a alguém com bons poderes observacionais. Isto é, é a capacidade de criar a partir de coisas que, à primeira vista, não dariam azo à imaginação. Um humorista é tão criativo quanto um pintor. Sempre aliada a um sentimento de busca interminável, a criatividade pode vir de vários sítios; a ver um filme, ouvir uma música, a observar algo na rua – uma coisa mínima pode despertar as mais interessantes ideias.