Por que te candidataste à Academia RTP?
Achei interessantíssima a disponibilidade da RTP para criar esta Academia e não pude, de maneira nenhuma, deixar passar esta oportunidade de aprendizagem, com quem mais sabe.
Quais são os teus objectivos para Academia RTP 4.0?
Ao participar nesta iniciativa, eu espero vir a entender melhor as diferenças entre o trabalho em cinema, a que estou habituada, e o formato de televisão de ficção. Embora os dois tenham uma base muito comum no que toca ao processo de criação e desenvolvimento de ideias, a forma como ambas tratam da produção é intrinsecamente diferente, tendo em conta o formato final. Outro objectivo é poder ter a oportunidade de concretizar uma ideia,
ao ponto de filmar um piloto, que possa ter uma oportunidade de seguir para algo realmente interessante.
Quais as expectativas para a Academia RTP 4.0?
No final destas 13 semanas, gostava de exercitar e alargar as minhas competências e técnicas de escrita, assim como as partes mais ligadas à área da produção e conceptualização de conteúdos. Tenho também grandes expectativas, no que toca a conhecer pessoas com outras visões sobre esta área, com as quais possa criar laços profissionais para o futuro. Acredito vai ser uma experiência que me marcará de uma forma muito positiva.
Qual a tua área preferencial?
Escrita Criativa
Numa era digital, cada vez mais interactiva, a criação de novos conteúdos passa por onde? 
Para mim, a questão central que define um projecto capaz de comunicar com o público é, o quão identificável ele é. Identificável, no sentido em que, no fim do dia, aquele filme, serie, álbum, livro etc., não tem que ser o mais inovador ou galardoado, mas sim aquele em que mais nos revemos. Nos tempos de hoje, isso passa por recriar uma atmosfera que espelhe, de uma maneira muito real, a forma como passámos a interagir com o conteúdo multimédia
que consumimos. Não basta referenciar redes sociais ou tentar fazer conteúdos interactivos. Por detrás de qualquer abordagem digital está algo que nos toca com a sua história e nos apela visualmente. A meu ver, a regra milenar de “escrever sobre o que sabes” ainda se aplica. Não de forma a restringir a nossa imaginação a algo que tenhamos vivido mas, de forma a relembrar-nos que, o conteúdo que mais nos faz partilhar e carregar no botão do like, é o mesmo que sempre foi: emoções verdadeiras, mesmo que mergulhadas numa boa dose de fantasia. A verdade que nunca estamos a criar algo novo. O que fazemos é observar e analisar de maneira a formar algo que, baseado na realidade, a torna diferente, nova. O mundo é o mesmo de sempre, o que muda é a forma de o vermos. Esta nova visão transforma o nosso mundo em algo mais interessante, quase como um super-poder. O truque é saber como é que certos meios ou ferramentas, nos permitem contribuir. O que é que a interactividade nos traz de diferente de um formato fechado. Ganhamos, assim como perdemos e a grande questão é saber adaptar um conteúdo – uma história, um conceito – ao melhor material de exposição. O que é que podemos contar de novo com estas novas plataformas, que não podíamos contar antes? De que forma é que podemos mostrar um novo ângulo de algo que até podemos já conhecer bem? Como é que algo falso se torna em algo real? Estas são as perguntas que me coloco, quando penso na interactividade da era digital.
Quais são as tuas referências literárias, cinematográficas e
dramatúrgicas? (livros, autores, filmes, etc., que foram marcantes para ti)
Há sempre aquele livro que te faz querer viajar para o local onde a história decorre, aquele filme que te faz querer ter o argumentista a escrever as tuas conversas e o director de casting a escolher o teu interesse amoroso. Mas, depois há aqueles que se entranham tanto
no teu imaginário que, só depois, um dia, é que te apercebes do quão foste moldado por uma ideia ou uma imagem. Para mim, foram livros de ficção científica e autores com a capacidade de manter o humor em tudo o que fazem, como por exemplo, o Issac Asimov e o Douglas Adams. Sempre que quero entrar num mundo que me obrigue a pensar noutras formas de ver as regras do Universo, pego em algo do H.P.Lovecraft ou outro dos seus
colegas. Em filmes, gosto de coisas tão distantes como Edgar Wright ou Wong Kar Wai, Spike Jonze ou Terry Gilliam, Dario Argento ou Steven Spielberg… Desde que tenha umafantástica fotografia, ideias grandes e algo…”estranhamente estranho”, contem comigo!
Que livro (s) estás a ler neste momento? Que série (s) andas a ver? Que filmes ou peças de teatro tens muita vontade de ver brevemente?
De momento estou a reler o livro “American Gods” do Neil Gaiman, visto que está prestes a estrear em formato de série televisiva. Acabei de comprar o novo volume de uma banda desenhada chamada “The Wicked and The Devine” e estou desejosa de me sentar a lê-la. Séries, vejo sempre tantas que preciso de apontar para me lembrar de todas mas, acabou de sair a nova temporada de “Rick and Morty” e “Feud”, a nova série de Ryan Murphy, está a ser muito interessante.
Se fosses uma palavra, qual serias?
viajante
O que é para ti a criatividade? (vá, não nos dês uma seca! Sê criativo)
reConhecer históRia construIr ideiAs tenTar descobrIr aVançar Inventar Destruir voltAr
meDo revElar