Segundo Virgílio Castelo, os meios de ficção em Portugal são escassos e dificilmente poderão existir mais meios para essa mesma produção. Estes mesmo fatores advêm da economia portuguesa e de um meio que não chega a ser uma indústria por si só, uma vez que somos um país pequeno. Uma das formas de combater más produções e pouca oferta consiste em desenvolver ideias, boas ideias. Tal como foi mencionado: “o orçamento por si só não resolve o problema das produções portuguesas”. É neste sentido que se coloca a questão de como se podem desenvolver ideias tendo em conta a falta de orçamento? Virgílio responde de forma espontânea e concisa argumentando que as ideias têm de ser combinadas com os fatores de produção e, assim, perceber-se o que é realmente possível de se realizar.
A partir deste momento surge um problema (principalmente nos formatos telenovelas): quando se consegue um equilíbrio, entre orçamento e ideias e que as mesmas se tornam lucrativas, deixa de haver inovação. Deixa, assim, de existir decisões artísticas e os conteúdos mantêm-se iguais (sem que haja esse tipo de decisões que podem aumentar ou diminuir o valor comercial do mesmo).

Por outro lado, é importante misturar equipas (vindas de cinema e telenovelas) com capacidades criativas e que tenham a capacidade de produzir de forma concisa.

Concretizando o raciocínio, Filipa afirma que a ideia é e deve ser a base de tudo, e que as mesmas também convergem do produtor (é este que tem a responsabilidade de apresentar as ideias). Para o seu projeto, Filipa conseguiu ultrapassar o grande obstáculo do orçamento através de uma dinamização e equilíbrio de equipas cuja gestão de energias foi fundamental para diminuir o tempo de gravação.

Para Francisco (realizador do formato adaptado “Sim, Chef”), o diretor de projeto juntamente com o realizador fazem parte de todo o processo de preparação e todas as escolhas finais recaem sobre o diretor ( escolha de decors, dos castings, etc…)

O importante numa produção ou realização de um produto audiovisual é tentar perceber o que era bom e criar ao mesmo tempo um conceito diferente com algumas nuances.

Em jeito de conclusão: temos de usar as adversidades a nosso favor e circular por várias áreas permite conhecer o meio. Ganha-se a confiança entre as pessoas bem como o espírito de equipa.
Sara Jesus, academista